Lançamento da nova Enciclopédia Adventista está mantido para julho
Sandra A. Blackmer
Nos últimos cinco anos, pesquisadores do adventismo e gestores da igreja de todas as partes do mundo têm colaborado para produzir a Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia (EASD). O voto para esse projeto audacioso foi tomado no concílio anual da sede mundial da denominação, em 14 de abril de 2015, e deve custar 1,6 milhão de dólares aos cofres da igreja.
Todo esse esforço deve ser justificado pela relevância, abrangência e acessibilidade da obra. A versão on-line do material será disponibilizada gratuitamente e terá atualização e expansão constantes. Prevista para ser lançada na 61ª assembleia mundial da igreja, no fim de junho, em Indianápolis, a publicação da primeira versão da EASD será mantida para o início de julho, mesmo com o reagendamento da assembleia para maio de 2021, em função da pandemia do novo coronavírus.
A ideia é disponibilizar 2 mil verbetes nesse primeiro momento e chegar a 10 mil artigos até o fim de 2022. O que os editores destacam é que se trata de uma obra de referência completamente nova e não uma versão atualizada da primeira enciclopédia da igreja lançada em 1966 e revisada 30 anos mais tarde. O projeto é liderado pelo historiador David Trim e tem como editora-chefe a teóloga Dragoslava Santrac. Sob a liderança deles trabalham 20 editores regionais e milhares de líderes, pastores, pesquisadores e funcionários da igreja que se mostram melhor preparados para escrever determinado verbete.
“Deus tem dirigido a história desta igreja de modo maravilhoso. Mesmo assim, às vezes, os adventistas ficaram aquém dos planos do Senhor. Essa enciclopédia contará, com verdade e autoridade, as histórias do que Ellen White chamou de ‘lutas, derrotas e vitórias’ da igreja de Deus do tempo fim. Acredito que esse material poderá gerar reavivamento, reforma, arrependimento e compromisso renovado com a missão profética adventista”, projetou o doutor Trim, que também é o diretor do Departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da sede mundial da igreja.
“Em janeiro, em nossa última reunião, revisamos a versão beta do novo website, e todos os editores ficaram entusiasmados com a funcionalidade e o visual moderno dele”, adiantou Trim, ao falar do último encontro anual da equipe de editores regionais, consultores e profissionais de webdesign.
Por sua vez, Dragoslava Santrac, entende que esse projeto histórico, que tem significado trabalho árduo para sua equipe, não representa maior dificuldade do que o espírito de sacrifício demonstrado por muitas biografias que serão preservadas e visibilizadas na enciclopédia. “Espero que essa obra nos ajude a lembrar, comemorar e comunicar nossa herança espiritual para os jovens adventistas do mundo todo. Queremos ainda inspirar muitos adventistas a preservar a história de suas igrejas locais”, resume a teóloga. Para saber mais detalhes sobre a enciclopédia, acesse adventistarchives.org/encyclopedia.
[toggle title=”RELEVÂNCIA E DIVERSIDADE” state=”open”]Alguns dos 20 editores regionais da EASD (Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia) foram perguntados sobre como essa obra poderá ser útil para a região do mundo em que eles vivem e como a preservação da memória da igreja nessas Divisões pode abençoar o adventismo em nível global.“Pessoas e lugares que fizeram nossa história para muitos são vagos e desconhecidos. Por isso, a EASD vai fazer com que a trajetória da igreja ganhe vida, e com base em informações checadas e de fontes primárias. Aqui no Sul do Pacífico, a história do adventismo é uma saga incrível de providência e perseverança; de barcos pequenos em oceanos muito grandes; de aviões pequenos mergulhando entre as nuvens para alcançar aldeias remotas; de sol e areia misturados com furacões, terremotos e vulcões; de pessoas de fé e visionárias que estavam dispostas a sacrificar a vida em nome do evangelho.” Barry Oliver, Divisão do Sul do Pacífico
“A EASD vai levar esperança aos membros e colaborar para a unidade dos adventistas da América Central. Somos gratos pelos caminhos que nossos antepassados desbravaram ao se comprometerem com a grande visão que Deus tinha para eles. Desde que a versão revisada da enciclopédia foi publicada, em 1996, a Divisão Interamericana saltou de quase 1,4 milhão para mais de 3,7 milhões de membros em 42 países. É com essa diversidade e empenho missionário que poderemos contribuir para esse projeto.” Myrna Costa, Divisão Interamericana
“A enciclopédia ajudará a aprofundar o conhecimento e a compreensão dos membros a respeito da origem e do desenvolvimento da igreja aqui na África e em outras partes do mundo. Será uma oportunidade de refletir sobre nossos sucessos e desafios. A vantagem da nova EASD é que apresentará a história do adventismo nessa região da África a partir de uma perspectiva africana, usando a ortografia correta dos nomes de pessoas e lugares e uma explicação precisa das nossas questões culturais e de nossa reflexão teológica.” Passmore Hachalinga, Divisão Sul-Africana-Oceano Índico[/toggle] [toggle title=”PÉROLAS HISTÓRICAS” state=”open”]
1. Em 1888, Francis Dolphijn foi um dos primeiros nativos convertidos ao adventismo em Gana. Como muitos outros na época, ele aceitou a mensagem adventista por influência da literatura. A Mão de Dolphijn, um monumento na costa de Apam, terra natal dele, é uma homenagem aos colportores adventistas.
2. Amália Galladzheva-Löbsack e seu esposo, Aleksei Galladzhev, foram pioneiros do adventismo na Geórgia e na Armênia, na Ásia Central. Quando Aleksei foi preso, nos tempos de repressão na antiga União Soviética, Amália continuou cuidando da igreja. Mais tarde, ela também foi presa e executada em 4 de fevereiro de 1942.
3. O “fingerfone” era um gramofone pequeno de plástico que tocava discos de vinil e era “movido a dedo”. Ele foi utilizado como uma ferramenta evangelística básica em Papua-Nova Guiné nas décadas de 1950 e 1960. Esses equipamentos e toca-discos de metal permitiram aos missionários adventistas ministrar cursos bíblicos em dezenas de línguas faladas no país.
4. Salam Fargo foi missionária em seu país de origem, o Iraque. Batizada em 1923, em Mossul, ela ficou conhecida por “Dorcas”, pelo fato de ter sustentado várias pessoas pobres durante as duas guerras mundiais, mesmo tendo uma renda escassa. [/toggle]
SANDRA A. BLACKMER é editora-assistente da revista Adventist World
(Texto publicado na edição de maio de 2020 da Revista Adventista / Adventist World)
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