Novo estudo mostra o impacto da alimentação vegetariana na redução do risco para diversos tipos da doença
Ansel Oliver

Ter uma dieta vegetariana pode reduzir em até 12% o risco geral de câncer. No caso de algumas doenças oncológicas menos comuns e pouco estudadas, os resultados foram ainda mais surpreendentes: vegetarianos apresentaram 45% menos risco de câncer de estômago e 25% menos risco de desenvolver linfomas.
Essas são algumas das conclusões de um estudo sobre o impacto de diferentes tipos de dietas vegetarianas na saúde, realizado pela Universidade de Loma Linda e publicado em junho no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition (para saber mais, clique aqui).
O estudo também apresentou evidências robustas que corroboram pesquisas anteriores, indicando que veganos têm cerca de 25% menos riscos de desenvolver cânceres comuns, como os de mama e próstata. Além disso, as dietas vegetarianas, de forma geral, estão associadas a uma redução de até 20% no risco de câncer colorretal.
Coordenado pelo médico Gary Fraser, este é o primeiro estudo longitudinal com precisão suficiente para comprovar a relação entre diferentes padrões de dietas vegetarianas e o risco de alguns tipos menos comuns de câncer. “O estudo também indicou benefícios da dieta vegetariana na prevenção de câncer de pulmão, ovário e pâncreas. No entanto, nesses casos, ainda são necessárias mais evidências para conclusões definitivas”, acrescentou o doutor Fraser.
Conduzida pelo departamento de pesquisa da Universidade de Loma Linda, a análise foi embasada nas informações do “Adventist Health Study-2” [Estudo Adventista de Saúde-2], que acompanhou 96 mil adventistas dos Estados Unidos e do Canadá e já serviu de base para mais de 200 estudos publicados sobre dieta, saúde, doenças e mortalidade. Para esta pesquisa específica, foram considerados dados de 80 mil participantes, sendo aproximadamente metade deles vegetarianos.
O estudo, financiado pela Universidade de Loma Linda, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos, e o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer, do Reino Unido, comparou adventistas vegetarianos e adventistas não vegetarianos, o que sugere que os resultados poderiam ser ainda mais expressivos se fossem confrontados com os dados da população em geral.
Fraser acrescentou que pesquisas anteriores compararam essa população com informações do censo dos Estados Unidos e indicaram que adventistas não vegetarianos apresentavam cerca de 25% menos riscos gerais de câncer em relação à população norte-americana. Já os adventistas vegetarianos tinham cerca de 35% menos chances de desenvolver câncer.
“Muitos desses adventistas não vegetarianos ainda assim são bastante conscientes em relação à saúde. Por isso, de certa forma, é surpreendente termos encontrado resultados tão significativos”, disse Fraser.
Embora o novo estudo tenha apontado benefícios gerais mais expressivos para veganos em comparação com outros tipos de dietas vegetarianas, foi observada uma exceção: a dieta pescovegetariana apresentou menor risco de câncer colorretal em relação às demais dietas vegetarianas.
ANSEL OLIVER atua na agência de notícias da Universidade de Loma Linda
(Texto publicado na Revista Adventista de setembro/2025)
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